O que é inflação?
Crédito: Romolo Tavani via istockphoto.com
Provavelmente você já percebeu que os preços no Brasil costumam subir de forma relevante ao longo do tempo. É muito comum que, com uma mesma quantidade de dinheiro, você compre cada vez menos coisas, ou seja, seu dinheiro perde valor.
Com mais força ou mais timidez, o "dragão da inflação" sempre esteve presente no cotidiano do brasileiro. Mas o que é a inflação? Qual o impacto em nossa vida?
A inflação possui como causa fenômenos monetários, tendo como sintoma o aumento persistente e generalizado dos preços dos bens e serviços.
No sentido literal, a inflação costuma resultar em preços inflados para o consumidor, corroendo o valor do dinheiro. Com o aumento dos preços, ocorre uma acentuada redução do poder de compra das pessoas e empresas, prejudicando a economia.
Com isso, uma determinada quantidade de dinheiro - por exemplo seu salário - não conseguirá mais comprar o que comprava há alguns anos.
Como assim, perco meu poder de compra?!
O Poder de compra é a capacidade de adquirir bens e serviços (alimentos, mensalidade escola, cinema, etc) com uma certa quantidade de dinheiro. Vamos a um exemplo prático:
Vocês devem se lembrar que era rara a circulação de cédulas de R$ 100 há alguns anos atrás, porém, hoje, possui ampla circulação.
Desde a criação do plano real no ano de 1994, uma nota de R$ 100 perdeu mais de 80% de seu valor por causa da inflação.
O que significa que hoje você compra muito menos produtos e serviços que há alguns anos.
Crédito: Banco Central do Brasil
Mas quais são as principais causas da inflação?
Gasto público
O governo tem algumas opções quando as contas não estão em dia, ou seja, quando, em função da má administração e planejamento dos recursos, gasta mais do que arrecada, porém, duas dessas opções podem gerar o aumento da inflação.
Primeira opção: O governo pode optar por aumentar ou criar impostos para cobrir seus gastos, repassando assim o custo para a população. Com isso, o excesso de dinheiro na economia faz com que os preços dos serviços e produtos finais subam.
Segunda opção: O governo imprime mais dinheiro ou aumenta seu endividamento. Como o volume maior de dinheiro na economia é maior que a oferta de bens e serviços por parte das empresas, os preços sobem.
Para entender melhor, veja a triste hiperinflação que ocorreu no Zimbabwe.
É mais barato imprimir isto no dinheiro do que em papel.
Crédito: British Museum
Falta de concorrência entre empresas
Ocorre quando poucas empresas vendem um determinado tipo de produto/serviço. Pode ocorrer nesse caso de elas combinarem preços mais altos, ou produzirem menos que o necessário para atender os consumidores. Nessas situações, os preços tendem a subir, gerando inflação.
Aumento dos custos de produção
Muitas vezes as empresas buscam empréstimos e financiamentos para poderem operar. Se as taxas de juros forem elevadas, o preço final dos produtos/serviços também fica mais alto.
Outro caso acontece quando o governo eleva os impostos dos produtos e matérias primas. Nessa situação, o preço pode ser repassado ao consumidor.
Nesse caso, vale entender que, se sobem, os custos das empresas são repassados ao consumidor.
Produção baixa
Nesse caso as empresas produzem menos do que o necessário para atender à demanda do mercado. Como a quantidade de dinheiro circulando na economia é maior que os bens e serviços à venda pelas empresas, os consumidores ficam dispostos a pagar preços mais elevados por produtos/serviços.
Indexação
O preço do aluguel e outros serviços tendem a ser reajustados anualmente com base na inflação passada, como por exemplo os alugueis, que normalmente são corrigidos pelo IGPM. Uma vez reajustados os preços, entram no cálculo de reajuste do próximo período. Ou seja, a inflação de hoje gera inflação amanhã.
Inércia
Ocorre quando as empresas perdem a confiança na moeda do país. A empresa reajusta seus preços contando com o aumento de seus custos e da desvalorização monetária que virá em períodos futuros.
Quais são os principais índices de inflação?
Para controlar melhor as alterações de preços, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e outras instituições realizam pesquisas periódicas para levantar a inflação do país. Os dados dessa pesquisa são utilizados para gerar índices que mostram a variação dos preços em diferentes categorias e setores. Os principais deles são:
IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
Calculado mensalmente pelo IBGE, mostra a variação do custo de vida médio das famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos nas regiões metropolitanas do país. A pesquisa é realizada em estabelecimentos comerciais, domicílios e com os prestadores de serviços e concessionárias de serviços públicos.
O IPCA é o índice de inflação oficial do país.
IGP-M - Índice Geral de Preços - Mercado
O IGP-M é calculado mensalmente pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e é divulgado no final de cada mês de referência. Registra a inflação geral de preços, desde os de matérias-primas agrícolas e industriais até osde bens e serviços finais.
O IGP-M geralmente é o índice utilizado na correção dos contratos de aluguel.
INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Semelhante ao IPCA, ele verifica a variação do custo médio das famílias. Uma das principais diferenças está na faixa de rendimento familiar médio analisada, que é a de 1 e 5 salários mínimos. É um importante índice, pois mede a variações de preços nos grupos de famílias mais sensíveis.
O INPC geralmente é o índice utilizado na correção dos salário dos empregados.
Mas como proteger meu dinheiro da inflação?
Quem tem dinheiro para investir deve buscar maior diversificação de seu portólio de investimentos. De forma geral, ativos reais tentem a superar a inflação no longo prazo, pois estão presentes no cotidiano e estão relacionados com a capacidade produtiva das pessoas.
O mais importante é você investir em seu aprendizado financeiro para poder elaborar estratégias que protejam sua renda e seu patrimônio do “dragão da inflação”.